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domingo, 22 de novembro de 2020

A alma na Bolsa é verdade-econômica

Fala-se me suicídio de gente importante. Em corretores que enriquecem de uma hora para outra. No dia 8, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro atingiu volume de negociações superior a 15 bilhões de cruzeiros antigos. Na Bolsa paulista, durante todo o primeiro semestre, algumas ações sofreram valorização de 200, 300 e até 400%. A revista “Visão” (Quem é quem na economia brasileira) explica o “boom”. Luiz Cabral de Menezes, presidente da Bolsa carioca, diz que já vivemos uma “verdade econômica”. A origem do fenômeno terá sido um conjunto de medidas que o Governo adotou no fim do ano passado, tendo em vista atrais novos recursos para o mercado de ações. A estratégia oficial desencadeou um processo que fez da Bolsa uma alternativa permanente de financiamento do capital de giro das empresas, reduzindo assim a pressão sobre o mercado de crédito. Luiz Roberto de Souza Queiroz e Eduardo Jardim, repórteres do “Estadão”, dão também, explicações, no excelente texto de quarta-feira. “A alta atual na Bolsa de Valores deve-se a vários fatores, mas o principal continua sendo a lei da oferta e da procura... o número reduzido de empresas... os bons lucros dos inversores...” Concluem: “o mercado continuará aumentando, a tendência é de reaplicação e de jogar mais. Pode vir uma baixa. Mas quem não arrisca não petisca”. 

Maysa volta ursa ferina 
É a Maysa remoçada de 36 quilos, ou 36 litros, como diz, quem volta no “Urso Branco”. No Rio, durante dois meses e meio, foi aplaudida entusiasticamente no “Canecão” por cerca de 3 mil pessoas diariamente. Sempre de negro, de cabelos acinzentados, bela e agressiva na mini-saia transparente. “Elis é a maior cantora do Brasil, mas é mau caráter... Gosto do preto porque ainda penso como uma mulher gorda... Felicidade é privilégio de gente burra...” Maysa. Ouça. 

Cesar criava bons “slogans” Nicolau Tuma foi o espiquer-metralhadora de 32. Dia e noite, pela Record, insuflava os constitucionalistas. Seu companheiro, dono também de bela voz, era César Ladeira. Que morreu fulminado, no Rio, por derrame cerebral. Tuma, hoje ministro do Tribunal de Contas fala comovido de seu colega, César Ladeira, o criador de “slogans”: A Pequena Notável (Carmen Miranda), Voz Orgulho do Brasil (Vicente Celestino), Cantos das Multidões (Orlando Silva). E outros. 

 Contracepção e a consciência A Editora Herder lança o livro do Padre Charbonneau: “Humanae Vitae e Liberdade de Consciência”. O pastor canadense “numa reflexão teológica e pastoral, defende o valor do magistério apostólico e a integridade da fé, e, por outro lado, impõe o maior respeito à consciência dos cônjuges... coloca ao alcance dos casais cristãos, ciosos de fidelidade á Igreja, uma via em que a plena obediência religiosa se conjuga à plena libertação espiritual” (Nogueira Moutinho). Charbonneau diz, inclusive, das conseqüências sãs e danosas do método Ogino - Knaus. E dos métodos artificiais da concepção. O livro vende. E atinge. 

Saudade fortuita O salão nobre do Palácio está repleto de prefeitos, vereadores do Interior, correligionários. Fala o governador. Ao seu lado. Vêm-se o dep. Silvério Igreja, o deputado Nélson Pereira, o deputado José Costa, o Hélio Motta, o Ivo Ramos, o Holanda de Freitas, o Salvador Fernandes. E Roberto Costa de Abreu Sodré, o governador, quase faz a cincada, junto aos companheiros das jornadas antigas: - Meus caros udeni... Mas corrige, em tempo e sôfrego, logo, para “arenistas”. 

A rebelião a leitura Márcia é a menina-moça de seus 12 para 13 anos. Suas leituras desta semana são “O Diário de Ana Maria”, de Michel Quost, e “O Sr. Embaixador”, de Morris West. Há pouco, leu “O Tibet de Hoje”, do Dalai Lama. DA última “Realidade” lei tudo sobre o Vietname e o Laos, os “hippies”, a onda erótica e os amores de Jeanne Moreau. Na idade em que está acha Monteiro Lobato ultrapassado. E José Mauro de Vasconcelos, em geral, uma “laranjada”. Com exceção de “Meu pé de laranja-lima”. Aí, como todas as mocinhas românticas do tempo antigo, chorou. 

A TRIBUNA Santos, s/data

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