José Antonio da Silva |
Fez bem a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores de São José do Rio Preto, em homenagear o artista José Antonio da Silva, agora completando 43 anos de arte, toda ela dedicada superiormente às belezas e aos cantares de nossa terra e da nossa gente. A prefeitura, editando detalhado folheto biográfico do mestre primitivista, e a digna edilidade conferindo-lhe título honorífico, que iguala Jose Antonio da Silva aos maiores rio-pretenses de todos os tempos.
Circo cacareco - óleo sobre tela |
Não canso de repetir, bem antes do prof. P. M. Bardi, que o Silva é glória nacional e tudo que se fizer em sua homenagem agora, repercutirá na posteridade e na memória artística deste País, com a espontaneidade dos atos dignos. Nada há a temer, pois José Antonio da Silva é hoje reconhecidamente um dos grandes artistas do Brasil neste século.
Se não, vejamos. Silva começou há 4 décadas, descoberto por João da Cruz Costa, Paulo Mendes de Almeida e Lourival Gomes Machado. Logo se impôs, com sua arte ingênua, roceira e pura. Incentivado por “Ciccillo” Matarazzo, Teon Spanudis e Carlos Pinto Alves, ganhou hora e vez em S. Paulo, destacando-se em Bienais e individuais de grande porte. Foi quando o conheci, por volta de 1951, e nunca mais o deixei de vista, seja como crítico e reportes de Artes, seja como amigo sincero e desinteressado. Ele muito lutou, brava e corajosamente, até ganhar lugar certo na constelação maior da arte verde-amarela.
Paisagem rural |
Cresceu autodidatamente, sozinho, auxiliado unicamente pelo seu talento incomum e sua genialidade. Não foi bafejado pela crítica ou pelas rodinhas, governos de quaisquer espécies e/ou instituições culturais. E seu nome ganhou respeito e as manchetes, face à sua vida atribulada, de absoluta autenticidade, fato que o torna ainda mais admirado pelos seus conterrâneos. Silva é um caso único em nossa arte, e sua própria vida é uma estória fascinante,a merecer estudo de um analista maior, como um Nivaldo Carrazoni, ou de um cineasta, da marca de uma Ruy Guerra ou um Hector Babenco.
Casa no campo |
Vejam, todos, bem. Da semana de 1922, marco da arte moderna no Brasil, qual o artista que tem maior volume de obra nos vários campos que se divide a inteligência humana? Tarsila ficou na pintura e no desenho ingênuos, em que foi artista de primeira plana. Volpi chegou às maiores altitudes, com uma arte cerebral, de maravilhosa intuição e inspiração popular. Di Cavalcanti retratou o carnaval, as mulatas e o cotidiano do rio de Janeiro. E Portinari, talvez considerado o mais famoso de todos, pintou o drama social do nordestino e as cenas interioranas de que foi um mestre.
Nosso Silva, nesses 40 anos incansáveis, não fez só pintura – onde, na cena/visão rural, não tem paralelo com nenhum outro artista contemporâneo. Fez, além da pintura, Literatura (5 livros), Cinema (1 filme), Música (2 discos), Folclore e Teatro (1 peça). Em conjunto de obra, marcadame
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