Tomie Nakakubo nasceu no Japão em 1913, era pequena japonesinha quando disse ao pai que gostaria de ser artista. Recebeu como resposta um sonoro “não”! Era educada para casar e ter filhos. Não era ainda a Tomie Ohtake.
Veio para nosso país em 1936 para visitar um irmão, residente em São Paulo. Ficaria aqui um ano ou dois e regressaria ao Japão, onde pretenderia viver toda a vida. Seu irmão impediu o retorno de Tomie à sua terra natal. Especialmente pelo furor da 2ª Grande Guerra, o Japão fez pacto com a Itália e a Alemanha, as notícias eram de um mundo conturbado. A graciosa Tomie foi ficando, ficando e acabou casando com o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake, teve dois filhos, Ruy e Ricardo.
Ciccillo e Tomie em 1960 |
Conta o jornalista Henrique Fabre Rolim que logo a veia artística voltou a arder dentro de Tomie, já então Tomie Ohtake. O nome que consagrou. Em 1952 foi visitar a exposição do artista japonês Keisuke Suganbo e se encantou pelas suas obras. Sugano a incentivou e Tomie transformou a pequena casa do bairro da Mooca num ateliê, fazia desenhos e pinturas figurativas. Três anos depois, trocou a pintura figurativa pela abstrata.
“Queria pintar o que vinha decoração e não apenas o que via”, explicou ao repórter. Além da pintura abstrata e escultura, Tomie começou a ganhar nome como gravadora. Participa das primeiras Bienais, nos anos 50, ganha elogios e Mário Pedrosa. Em 1957 expõe no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1968 naPan American Union, em Washington, e em 1969 na Petit Galerie do Rio de Janeiro. Sua arte começou a ganhar adeptos entre nós, faz gravuras em metal, privilegia a cor, faz obras públicas e esculturas que brindam o público, espécie de “desenhos no ar”. Os filhos crescem, estudam, atuam na produção cultural e na arquitetura, vão idealizando o Instituto Tomie Ohtake. A japonesinha Tomie Ohtake está ganhando o Brasil e o mundo com sua arte cósmica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário