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domingo, 22 de novembro de 2020

De Rei do Brasil a Deus do Futebol

O presidente Medici recebe pessoalmente no Galeão terça-feira, os heróis da Copa. O “Paris March” publicou em 58 uma capa com Pelé: O Rei do Brasil. Agora, a mesma capa, o mesmo Pelé, abraçado por Tostão e Jairzinho: os Deuses do Futebol. É o futebol brasileiro, feito de samba e sangue, de dor e amor. Que assombra o mundo. Os esquemas defensivos, de Ramsey & Zagalo, e o tal futebol solidariedade, em que ia embarcando Saldanha, estão desmontados nesta Copa. Pela catimba, pelo talento, pela genialidade do craque nacional. Armando Nogueira, no “Jornal do Brasil”: “A Seleção do Brasil despontou então, pela primeira vez, com os mais gratos sinais de descontração, voltando a tocar a bola, numa sugestão de olé de que foi ponto alto e genial um corta-luz em Mazurkiewicz aplicado por Pelé e do qual não resultou gol por questão de segundos... não foi gol oficialmente, mas acho que se poderia registrar na súmula dos lances inesquecíveis: gol moral de Pelé. E assim termina a Copa, segundo Nélson Rodrigues: “... As caras iluminadas, e os botecos em flor, e as esquinas em sonho... As caras amarradas desapareceram... Um simples bom-dia vem saturado de amor... Dois desconhecidos se tratam como súbitos amigos de infância... E a bondade nasce no brasileiro como uma irradiação de profundezas”. Jules Rimet. Não, Pelé. 

Os parentes de S. Manuel 
A ARENA de S. Manuel está de parabéns: uniu o ademarismo, o sodrezismo e laudismo numa força só. Aliás. S. Manuel, governista até debaixo d’água, tem sido representada por filhos seus, nos últimos 20 anos, no governo do Estado: Ademar, Laudo, d. Maria Sodré, etc. Em S. Manuel, agora, o ex-barbeiro de Sodré, Horácio Santalúcia, hoje vereador, descobriu que Laudo e Antônio Rodrigues Filho são contraparentes, através dos ramos “Alves”, de Tietê e Porto Feliz. E o próprio governador, indo à cidade centenária, hospedou-se em casa de seu primo José Álvaro Mellão. Que é casado com Maria Elisa de Barros. Sobrinha de Ademar. 

 TRIBUNA DE SANTOS 
21 de junho de 1.970

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