Brasil - ame-o ou deixe-o. De quem é essa propaganda que aparece nos carros, nos postes e nas casas? É o Brasil que morre de fome no Nordeste e vê Pelé direto, do México, pela televisão. O Brasil que continua a crescer desordenada e vertiginosamente, segundo os dados oficiais. Mas bom mesmo é Joelmir Betting falando de um dos nossos grandes fatores de progresso: o caminhão. Cortesão e Taunay contaram dos feitos dos bandeirantes. Alípio e Goulart, das tropas e dos tropeiros. Bernardino José de Souza, do ciclo do carro de bois. Simonsen do papel do trem no desbravamento do sertão. Agora é Joelmir, e a sua apologia do caminhão. O caminhão não escolhe carga. Leves, médias, pesadas, densas, volumosas, sólidas, líquidas ou gasosas. O caminhão vai onde o navio não entra, o trem não chega, o avião não toca. E vai também onde o navio encosta, o trem pára, o avião desce. O caminhão coloca o arroz gaúcho no Nordeste, a couve paulista no Rio, o peixe do mar em Brasília, o boi goiano em São Paulo, o carro novo em Belém, a turbina em Jupiá, o piano no palacete, o jornal na rua, o gelo no bar, a gasolina no posto, a cana no engenho, o açúcar no empório, o leite na usina, o minério na fundição, a terra no brejo, o asfalto no chão, a pedra na casa, o homem no sertão. O bandeirante, o tropeiro, o carro de boi, o trem, o judeu, o turco, o vendedor-viajante. O caminhão de Joelmir. Brasil - ame-o ou viaje-o.
Pelé no Sion
A transmissão direta da Copa penetra os lares. Gente que nunca viu futebol agora dá palpite. Pelé assunto na alta-roda nos jardins (América, Europa, etc.), no Sion. Sylvia Maria Laraya, 15 anos, aflita:
- Assim com esses romenos tão brutos, não é possível jogar. E o Pelé, coitado, já tem 46 marcas nas pernas. Quarenta e seis!
Pelé no 13
Salomão Esper continua primeiro e único. No telefone ou ao vídeo da Bandeirantes. Mas nunca deixa de encaixar as suas boas deixas. “Primeira Hora”. José Paulo de Andrade fala dos 1027 (já) gols de Pelé. Mais comemorações. E Salomão:
- Tá certo. Mais uma homenagem ao Corinthians também deviam fazer. Dos mil e tatos gols, metade deles Pelé fez no Corinthians.
Pelé nas “Folhas”
As “Folhas” são tão corintianas como o “Estadão” tende para o São Paulo e “A Gazeta Esportiva” torce pelo Palmeiras. Um estudozinho a respeito pode ser tentado pelos jovens tão dispostos da Escola de Comunicações. Mas Pelé suplanta tudo. A “Folha”, sem deixar de lado Rivelino, tem elogiado o Pelé da Copa do Mundo. Manchetinha da “Folha da Tarde”, edição de quinta-feira:
- Diziam que esta era a última copa de Pelé. Parece a primeira.
TRIBUNA DE SANTOS
Santos, 14 de junho de 1.970.
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