É lamp – é  lamp – é Lampião 
Padre Cícero e Conselheiro 
Rosa e Lobato mediuneiros 
Paulo Dantas lembranças 
que não morreram na cidade azul 
Freud explica os gênios 
angelicais e os poetas que brotam 
na Pedra do Baú e na Boa Vista 
e as vibrações dos pinheirais 
nas montanhas mágicas do Pedrinho 
Eles têm escritos maravilhosos 
dos verdes de Segall aos riscos de Pancetti 
Paulisticies verde-amarelas 
Cacilda Becker e Tônia 
a Academia de Sangiorgi e Israel 
Juca Mulato pensa e filosofa 
é o modernismo que chega 
Treze listas e Trinta e Dois 
a Abernessia folclórica e estudantil 
o trenzinho que vai e chega a Pindamonhangaba 
 Menotti, Mário e Oswald chegando com Glauber 
Cinema novo nas Gerais, sol e paisagem 
os Villares, os Simonsen, os Larayas 
árabes morenos, mestre Arakaki, tudo pulsa 
Túnel do tempo – chegam Souza Lima 
Guarnieri e Eleazar de Carvalho 
o Festival de Inverno vira nacional
Villa-Lobos, moçada, festa dos céus 
turistas pra que te quero e gosto 
 Mazzaroppi de Taubaté agrada 
Lygia Fagundes Telles e Mammini 
A voz é a voz é a voz 
tudo morre o berro fica nas casuarinas 
nos plátanos e nas rosas perfumadas
A cidade tem o som imortal 
das utopias e das democracias 
o Brasil ganha a guerra 
as diretas da democracia dos homens 
Campos do Jordão cresce como mil sóis
Muito verde e cavalhadas 
turistas farreiam e bebem ar puro 
as borboletas e os colibris 
esvoaçam nos parque e nos caminhos 
do Toriba e de fantásticos castelos 
A cidade é rural e moderna
montarias e modernidades 
um pulmão do mundo 
só faltam
um Chaplin, uma Greta Garbo e um Bogarth
 e a velha a fiar de Humberto Mauro
JK cresceu na história 
5 anos em 5, Adhemar e Leonor,
o governador Sodré vem de helicóptero
 todos aguardam Tom Jobim e Chico 
muitos Portinaris e Pelés 
Vou’me embora dessa Pasárgada roceira
já populista e de mil donos
mas na estrada tem Leite na Pista 
com seus bolos de fubá e mugidos de vacas 
lembro Kwak, a Zezé e o Donato bandeirista 
É hora de se aquietar e de lembrar 
Campos do Jordão dorme, dorme em paz 
O Brasil... e suas gentes, e seus caminhos 
É Paulo Dantas que vem com seus arroubos 
Viva!
poema de Luiz Ernesto ,Kawall
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