Chico da Silva, o famoso primitivo, índio do Acre, morador em Fortaleza, está
novamente entre nós - desta vez expondo na Art Nueva, de Mary de los Angeles
Fernandez Diaz.
É o mesmo
Chico de sempre, de tez morena e face larga, os dentes de ouro sobressaindo no
sorriso fácil. Ali estão, na galeria de Mello Alves, 40 telas suas mostrando os
monstros endemoniados e bichos ancestrais de sua fantasia arquetípicas. A
técnica caiu, pois Chico, sofrendo de cirrose (e ainda bebendo), mistura
momentos de lucidez com outros de tontura e dor. O Chico de Sempre, envolvido
com Marchands que o exploram. Dezessete telas foram vendidas, aos prelos de Cr$
5 a Cr$ 15 mil, e outras 23 ficaram apensas a um inquérito policial. Chico abre
um sorriso largo, fala que atualmente só assina telas que realmente faz e que
continua vítima de gente esperta e desalmada.
“Ainda pinto muito, sim, vou casar e pretendo
agora mostrar minha arte no Rio de Janeiro”, diz ele, antes do trago de
guaraná com pinga. Assim, continua sua sina o velho Chico de sempre - um dos
grandes nomes da arte primitiva brasileira em todos os tempos.
O crítico
Jacob Kilntowitz é o novo membro do Conselho de Arte e Cultura da Fundação Bienal
de São Paulo, ao lado de Alberto Beuttenmuller, Leopoldo Raimo, Marc Berkowitz,
Maria Bonomi e Yolanda Mohaliy. A Bienal prepara a grande ostra
latino-americana deste ano, e Jacob - que terá um livro de críticas editado
pela Espade, neste ano - e seus companheiros estudam a participação brasileira
no certame. Fala-se no convite a 60 artistas escolhidos pelo conselho,
representativos da arte brasileira atual.
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