As ruas de São Paulo são... as ruas de São Paulo.E com a licença do Acácio, os nomes de nossas ruas são... os nomes de nossas ruas... Rua da Taquara Branca, Francisca Biriba, em Santana; Amélia Perpétuo, num bairro, Rua Formosa, tão feia...; a Rua F...
Tristezas na Rua Alegre, a Rua Direita, tão torta, o Triangulo de quatro lados, por que a Rua Biobedas? As trinta e duas ruas Francisco..., quarenta e sete Maria..., sessenta e seis Coronel..., Antonio... sessenta e um. Rua do Gado sem vacas, do Barulho muito quieta,falta o “h” na Baia, Palmeiras sem palestrinos...
D.Pedro I – o traquinas – em praça grande é cultuado, num parque tem o seu nome, que bela é sua Avenida! D.Pedro II – tão digno – homem culto e de trabalho, monarca Mecenas do Império, ideais em seu governo, caráter reto e notável: humilde e estreita é sua rua, em São Caetano ela está, feia, tosca e mal traçada...
São quatro as ruas dos vivos: Altino Arantes e Washington, a Presidente Carmona, e, no centro, a Wenceslau Braz.
Os trocadilhos e Boso, sobre as ruas de São Paulo, são famosos e notórios: “Às vezes a Prefeitura, reforma tanto em Higienópolis, que o bairro fica Porcópolis... Mas, então, basta Ser... jipe, pra nunca mais se Pará, mesmo estando na A... lagoas...” Pediram-lhe um dia fizesse, um trocadilho bem rápido, sobre a Rua Avanhandava, m que estávamos passando: “Ah! vai andá vá!”
Antonio de Alcântara Machado foi cronista realismo da Rua Caetano Pinto. Mas ainda estão lá as Carmelas, os Gaetaninho safados, os “carcamanos” robustos de seu “Braz, Bexiga e Barra Funda”. Dos sírios è a Vinte e Cinco de Março e os espanhóis “yo soy contra”, comerciam ferro velho ma Rua Piratininga... E os corretores de cambio, descascam seus “abacaxis” (e logo a gente os “divisa”) na velha Rua da Quitanda... Os tubarões têm a Florêncio, dos bancários é a Rua Quinze, e os “bonitos” e as “mepesca”, têm seus anzóis na Barão...
A Rua Pequena? Tão grande... Das Violetas, sem violetas... Em seu calçamento mal posto, a Original é normal... Sossego e quietude se vê, perdoe o Parnaso a heresia, na Emílio de Menezes...
Ruas, ruas de São Paulo! Incoerências sublimes... Mas me deixem em paz um dia, no cemitério tão calmo, na Rua da Consolação (agora sim).
A IMPRENSA – Setembro de 1949
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