domingo, 22 de novembro de 2020

A patota do Pa-tro-pi

O que o governo não deseja é a volta dos Executivos estaduais aos ex-governadores. Sem exceção. É fevereiro. É preciso saber ler atentamente os jornais neste mês de carnaval. As três linhas inocentes do “Estadão”, vindas de Brasília, não são tão inocentes assim. Só em S. Paulo, afastam do páreo estadual os ex-governadores: Lucas Garcez (ia indo de galopinho), Laudo Natel, Hilário Torloni e Carvalho Pinto. Um naipe do “melhor do melhor”, como diria o Zé Tavares. Nos outros Estados, ficam fora da jogada, entre outros: Nei Braga (Paraná), Magalhães Pinto (Minas Gerais), Virgílio Távora (Ceará), Macedo Soares (Rio de Janeiro), Correia da Costa (Mato Grosso), Cid Sampaio (Pernambuco) e Lomanto Júnior (Bahia). O presidente aproveita os dias de carnaval, em Brasília, para dar início à sua ação pessoal, com vistas á sucessão nos Estados. Caber a Rondon Pacheco levar as sugestões de nomes, década Estado, a Médici. Diz ele: “Mineiro, se tem, poeira, vai na frente; se tem porteira, vai no meio; se tem atoleiro, vai atrás”. O presidente vai, então, iniciar as consultas do ano sucessório: SNI, comandos militares das diversas áreas, etc. É fevereiro, em nosso país tropical. A patota política do pa-tro-pi está agitada. Como diria o pessoal de Ipanema. (de uma conversa no Salão Nobre) 

Não convém abusar? 
- O governo não permitirá a exploração desenfreada do sexo e do erotismo. O ministro Buzaid empreende a sua cruzada. O difícil é distinguir licenciosidade de simples malícia. Exploração comercial do sexo de moralismo. Falsa moral e erotismo. Educação sexual de pornografia. Como conciliar Millor e Corção? 

Concurso de A TRIBUNA
Com a coroa mexicana, no Chile, Pelé chega aos 1.015 gols. Está marcando bem e fácil, de novo, passada a promoção nacional dos mil gols. O Rei, agora, está na rota dos 1.40. É a festa da Tupi. Por falar: com quantos gols Pelé encerrará sua carreira, em 1973? 1.132? 1.247? 1.305? É campanha boa para “A Tribuna”. 

A frase da semana? “A gratuidade não resolve o problema do estudante, uns trabalham, outros não; as bolsas de estudo universitárias são o caminho certo; estamos, na verdade, criando neste Estado uma autêntica democracia de oportunidades, através da inteligência e da cultura”. Abreu Sodré “A Tribuna”

Santos, 8 de fevereiro de 1970.

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