domingo, 22 de novembro de 2020

Do Partido dominante e da participação popular

Enquanto a chefia da Oposição continua semi-pessimista, com o senador Oscar Passos cada vez mais reivindicante, no sentido de que caiba ao MDB papel saliente na normalização do processo democrático, alguns líderes oposicionistas temem que apenas um partido - no caso, a ARENA - sobreviva. É registrado em várias áreas o temor dos emedebistas de filiar-se ao partido, nas cidades interioranas. No Maranhão o governador José Sarney, numa corajosa atitude que vem sendo recomendada pelos democratas aos governadores, juntou na sede do governo os dirigentes da ARENA e MDB, aos quais deu toda a colaboração para que formem diretórios municipais em maiores receios. O próprio ministro Gama e Silva tem lutado para que a insegurança não se implante arraigadamente no partido oposicionista, sem o que a normalização democrática, o funcionamento regular dos legislativos e as garantis individuais irão paulatinamente por água abaixo. Afora isso, apenas uma dúvida - mas envolvendo assuntos relevantes - corre nos meios revolucionários: a nova Constituição deve ser outorgada pelo presidente, pura e simplesmente, ouvido posteriormente o Congresso, igualmente reaberto; ou seria promulgada, depois de o Congresso, igualmente reaberto, ter tido oportunidade de examiná-la em suas teses principais? 

A promoção da SOMOS 
Diz o presidente Athiè ao governador Sodré no Palácio dos Bandeirantes: 1- Pelé não jogará na Itália nem no México, mas encerrará sua carreira no Santos F.C. 2- O craque sofre atualmente uma campanha de valorização publicitária, a qual, como promoção pessoal, é válida; 3- O Santos F. C. não venderá Pelé, que, por outro lado, só com 34 anos terá “passe” livre. 

DER contra nova variante
Em matéria de estradas para a Baixada Santista, o DER se fixa apenas nas já confirmadas pelo Conselho rodoviário: alargamento da Via Anchieta, Via do Imigrante e a Salesópolis - São Sebastião. A rodovia pleiteada pelos prefeitos do ABC, com forte endosso do vice-governador Torloni, não convenceu técnicos e o diretor do DER, eng. Dória Passos. Não descreiam os santistas da capacidade administrativa e persuasão do eng. Passos. A via não sai. 

Metrô vem de troglodita 
O prefeito Paulo Maluf a cata de um símbolo para o Metrô. Entre mais de 3 mil sugestões, duas vão ganhando: a de um troglodita fura-terra, e a de um tatuzinho que cavouca o solo febrilmente. A do tatuzinho recebe veto garantido pelas suas conotações etílicas. 

Uma fórmula delfiniana
E o nosso ministro Delfim Neto expõe, na Escola Superior de Guerra, sua equação que explica o comportamento da economia brasileira. É fácil. É só atentar que, na fórmula de Delfim, Y é renda nacional; M, importação; C, consumo, I, investimento; X, exportação; F, taxa flexível de câmbio; e S, Poupança. O S, ao final da operação, dá “o nível desejado para se obter uma taxa decrescimento compatível com o objetivo fixado pela política econômico-financeira do governo”. Eis, então, o estado de Delfim: 1) Y + M = C + I + X 2) Y + (M - X) = C + I 3) F = M -X 4) Y = C + S 5) (1 - 4)M = 1 + X - S 6) I - S = M - X 7) I = S + F.

TRIBUNA DE SANTOS 
29 de junho de 1.969.

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