É difícil a gente, sem querer, virar “escritor”, ainda mais por obra e graça de amigos fraternos como Diná e Luiz Lopes Coelho, Luiz Arrobas Martins, Francisco Luis de Almeida Salles, Clóvis Graciano, Pedro Luiz de Toledo Piza, Geraldo Ferraz, César Luiz Pires de Mello, Oswaldo da Palma, Waldemar Szaniecki, tantos outros, que estimularam e empurraram pra frente este livro; este “Artes Reportagem” que afinal vem a lume, vencidas mil restrições e inibições próprias do “autor”.
Que não é obra literária, se verá logo. Nem redação de crítica de arte, que também não pratico. São registros de repórter de carreira, agora acampado no jornalismo cultural e aqui, quase sempre, mais preocupado com o universo cotidiano de nossos artistas que com suas criações.
Do jornalista deslumbrado com a arte brasileira, desconhecida da maior parte do público, exigindo de todos nós maior divulgação e, do governo, maior apoio. Essas artes brasileiras que aos poucos partem, pela mão de alguns marchands conscientes, para ganhar o mundo. Abrindo para p país um verdadeiro corredor de exportação cultural.
Muitos artistas foram ouvidos, mas nem todas as reportagens puderam ser publicadas. Não seria possível, como desejaria, incluir num só volume todos os trabalhos. Por isto “Artes Reportagem” pretende ser coleção. Nossa promessa, evidente, dependerá do Centro de Artes Novo Mundo, a quem se deve, em primeiro lugar, esta edição e da veterana “A Tribuna” de Santos, onde as reportagens são publicadas originalmente. E ainda ao apoio do público, a quem é dedicado este livro cultural-jornalístico. Falei em obra dedicada? Cabem, pois, aqui, agradecimentos aos amigos que ajudaram a colocar o “Artes” na rua, Gilberto Arien, Fernando C. Lemos, Tide Hellmeister, Luiz Francisco Krug, Lisbeth Rebolo Gonçalves, Álvaro Miranda, Antonio Fernandes neto, Manoel Galego Fornielis, Massao Ohno, todos bens amigos, “titti buona gente”, como diria o Volpi em seu ateliê, no Cambuci, enrolando laboriosamente sei cigarrinho de palha, antes de pintar outros volpis.
Ofereço, ainda, por último, estes escritos, à minha mãe, Marieta Machado de Oliveira Kawall e a Carlos Lacerda, que me conduziram nas artes da imprensa, e aos artistas que fazem, das artes brasileiras, instantes de beleza e testemunhos de liberdade.
L. E. M. K.
Ubatuba, 4/11/72
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